A quase totalidade das pessoas procura pelo parceiro ideal, pelo par perfeito, alguém com quem viverá um conto de fadas com final feliz. Mesmo aquelas que são menos sonhadoras, com os pés bem fincados na terra, imaginam viver uma relação gratificante e harmoniosa. Esse desejo acabou criando o mito da existência da metade da laranja, da alma gêmea, do par perfeito, formando um casal harmônico, onde as brigas não existam e o relacionamento seja vivido num mundo paradisíaco e, porque não dizer, utópico.

Como nas piadas, existem duas notícias, uma boa e outra ruim. A boa é que existem, sim, almas gêmeas, e, a ruim, que encontrá-la não é tarefa fácil e, tendo essa sorte, a convivência não é absolutamente pacífica ou tranqüila. As explicações mais convincentes acerca do assunto são aquelas encontradas na Cabalá e que respondem a maioria das perguntas corriqueiras que são feitas quando se trata de relacionamento afetivo.

Primeiramente, é bom que se diga que todas as pessoas têm sua alma gêmea. Na verdade tem duas, e mais à frente virá a explicação. O relacionamento de almas gêmeas é instigador, pois a relação entre elas deve ser de crescimento, de complemento, de compartilhar. Cai aqui a primeira (falsa) idéia de que o relacionamento perfeito é aquele em que ambos são tão parecidos que não brigam jamais, pois pensam igual, reagem da mesma forma. Essa não é uma relação de alma gêmea, mas sim de duas pessoas quase iguais, onde nenhuma ensina ou aprende com a outra; há uma estagnação, como um tanque com água parada. O que ocorre com essa água? Ela apodrece, a vida vai desaparecendo, o oxigênio acabando.

Almas gêmeas são diferentes mas não antagônicas; são distintas, mas complementares. Podem ser de religiões conflitantes, crenças opostas, com grande diferença de idade, cultura ou origem econômica díspares. Isso porque foram criadas para que se encontrem e se relacionem de forma a crescer individualmente. O parceiro acrescenta, ensina e a relação é uma rua de mão dupla. Claro que atritos e divergências existirão, mas serão entendidos e superados, possibilitando a convivência rica.

Como identificar a alma gêmea? Quando há o encontro e a primeira troca de olhares, a tal química acontece, a eletricidade é sentida. Há uma sensação boa de fatalidade, do destino sendo acionado, de familiaridade pois as duas almas se reconhecem e se alegram pelo reencontro. Começa aqui a relação frutífera, de opostos que não se repelem, ao contrário, se atraem e se completam. Vem a vontade de compartilhar cada minuto, cada pensamento, cada novidade aprendida. É uma relação estimulante, onde um vibra com o êxito do outro, e o que obteve sucesso reconhece que só o atingiu porque foi incentivado pelo parceiro. Ambos aprendem, ensinam, agradecem e são generosos.

Chegou a hora de explicar a diferença entre as duas almas gêmeas que cada pessoa tem. Uma é a alma gêmea de frente e a outra a de costas. Geralmente nos deparamos primeiro com a de costas. Como saber a diferença? O início do relacionamento é praticamente o mesmo, com a química sendo acionada e a eletricidade ligada. O casal se une e tudo parece ir às mil maravilhas, mas, aos poucos, a intransigência se estabelece, as cobranças se sucedem e surgem duas alternativas possíveis, ou a separação ou a convivência relativamente pacífica, com um dos cônjuges se submetendo ao outro, fazendo concessões constantemente e aí nenhum dos dois cresce com essa relação. Também pode ocorrer a infidelidade ou mesmo agressões verbais ou físicas.

A curiosidade acerca do assunto é grande e existe a necessidade de descobrir as pistas que levarão a essa re-união feliz. Voltar a se unir àquela pessoa que formava o par, e da qual foi separada para poder desenvolver as qualidades individuais. O reencontro, muito tempo depois, possibilitará a vivência plena e o crescimento máximo. A astrologia consegue identificar algumas dessas pistas e auxiliar o casal a saber onde, e como, podem crescer como parceiros. A sinastria, que é a comparação e interação de duas pessoas representadas por seus mapas natais, analisa o potencial da relação. Entre alguns itens, a análise do Vertex tem um peso grande.

A procura continua e continuará, porque, segundo a Bíblia, “não é bom que o homem esteja só”. Filósofos afirmam que o homem é um ser social. Alguns renunciam a essa tendência natural e tornam-se celibatários, dedicando todo o potencial de amor e compartilhamento a ajudar ao próximo, aos mais necessitados. Outros preferem a existência solitária, ensimesmados. Inegavelmente a grande maioria procura o par perfeito, a alma gêmea, e nesse caminhar aprendem a ser pessoas melhores, mais completas e, quando encontram esse outro pré-destinado, a frase “foram felizes para sempre” se concretiza.